Amigo do esporte,
quem não se lembra das “feras do Saldanha”? O jornalista, botafoguense fanático, que assumiu o comando de nossa seleção e montou um time que encantou o mundo. Uma equipe temida pelos craques que tinha e pela vontade e determinação de cada um deles. Nas eliminatórias para a Copa de 70 no México, o Brasil estava no grupo 2 ao lado de Paraguai. Colômbia e Venezuela. E passou no grupo.
Duas goleadas sobre a Venezuela (5 x 0 e 6 x 0), duas vitórias sobre a Colômbia com uma goleada (2 x 0 e 6 x 2) e uma vitória sobre o Paraguai em Assunção por 3 a 0.Faltava um jogo! Contra o Paraguai no Maracanã, no dia 31 de agosto. A cereja do bolo! A vitória para fechar o grupo com 100% de aproveitamento. E o público compareceu em massa.
O maior número de pagantes da história do Maracanã.183.341 espectadores foram ao Mário Filho para assistir o encerramento de uma campanha perfeita. Goleada de novo? Todos sonhavam que sim. Porém, o Paraguai veio disposto a estragar a festa.
O Brasil, já classificado, jogou com Félix, Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo, Piazza e Gérson, Jairzinho, Tostão (artilheiro da eliminatória com 10 gols), Pelé e Edú.O Paraguai tinha Aguilera, Enciso, Bobadilla, Sergio Rojas e Mendonza; Ocampos, Ferreira, Ivaldi e Jimenez.
Apesar da situação cômoda do Brasil, o jogo transcorreu em um clima de alta tensão. Paraguai retrancado, levando algum perigo no contra-ataque, e dificultando demais as ações de nosso time. As vezes, apelando para violência. O público nervoso, tenso, vendo que o Brasil dominava mas não conseguia furar o bloqueio paraguaio.
Final do primeiro tempo e a ansiedade aumentava. Veio o segundo tempo e o Brasil não fazia uma boa partida. Embora tivesse a posse de bola, raramente levava perigo ao gol paraguaio. E o jogo foi se arrastando assim, até os 23 minutos do segundo tempo. Bola levantada na área do Brasil. Djalma Dias corta de cabeça. A bola cai com Gérson que toca para Rildo. Com muita velocidade Rildo avança e lança Edú.
Uma finta desconcertante no lateral, o chute seco de canhota. Aguilera não segura. Ela sobra inteirinha para quem? Ele, o rei. Um chutão para descarregar a tensão e o Brasil chegava ao gol. Daí por diante, o que se viu foi uma festa incrível. A explosão do público no Maracanã e do povo nas ruas.
O Brasil coroava sua participação nas Eliminatórias com seis vitórias. Logo depois, Saldanha foi sacado do comando da seleção por se negar a satisfazer um desejo do então presidente da república Emílio Garrastazu Médici, que queria ver Dario, o peito de aço, no grupo que irá para a Copa. Zagallo assumiu, e daí por diante todos sabemos o que aconteceu.
Um jogo memorável para você, amigo do esporte, ficando um pouco mais “Por dentro da história”!
Até mais