POR DENTRO DA HISTÓRIA #29 – O RECORDE DE PÚBLICO DO MARACANÃ

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Amigo do esporte,

quem não se lembra das “feras do  Saldanha”? O jornalista, botafoguense fanático, que assumiu o comando de nossa seleção e montou um time que encantou o mundo. Uma equipe temida pelos craques que tinha e pela vontade e determinação de cada um deles. Nas eliminatórias para a Copa de 70 no México, o Brasil estava no grupo 2 ao lado de Paraguai. Colômbia e Venezuela. E passou no grupo.

Duas goleadas sobre a Venezuela (5 x 0 e 6 x 0), duas vitórias sobre a Colômbia com uma goleada (2 x 0 e 6 x 2) e uma vitória sobre o Paraguai em Assunção por 3 a 0.Faltava um jogo! Contra o Paraguai no Maracanã, no dia 31 de agosto. A cereja do bolo! A vitória para fechar o grupo com 100% de aproveitamento. E o público compareceu em massa.

O maior número de pagantes da história do Maracanã.183.341 espectadores foram ao Mário Filho para assistir o encerramento de uma campanha perfeita. Goleada de novo? Todos sonhavam que sim. Porém, o Paraguai veio disposto a estragar a festa.

O Brasil, já classificado, jogou com Félix, Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo, Piazza e Gérson, Jairzinho, Tostão (artilheiro da eliminatória com 10 gols), Pelé e Edú.O Paraguai tinha Aguilera, Enciso, Bobadilla, Sergio Rojas e Mendonza; Ocampos, Ferreira, Ivaldi e Jimenez.

Apesar da situação cômoda do Brasil, o jogo transcorreu em um clima de alta tensão. Paraguai retrancado, levando algum perigo no contra-ataque, e dificultando demais as ações de nosso time. As vezes, apelando para violência. O público nervoso, tenso, vendo que o Brasil dominava mas não conseguia furar o bloqueio paraguaio.

Final do primeiro tempo e a ansiedade aumentava. Veio o segundo tempo e o Brasil não fazia uma boa partida. Embora tivesse a posse de bola, raramente levava perigo ao gol paraguaio. E o jogo foi se arrastando assim, até os 23 minutos do segundo tempo. Bola levantada na área do Brasil. Djalma Dias corta de cabeça. A bola cai com Gérson que toca para Rildo. Com muita velocidade Rildo avança e lança Edú.

Uma finta desconcertante no lateral, o chute seco de canhota. Aguilera não segura. Ela sobra inteirinha para quem? Ele, o rei. Um chutão para descarregar a tensão e o Brasil chegava ao gol. Daí por diante, o que se viu foi uma festa incrível. A explosão do público no Maracanã e do povo nas ruas.

O Brasil coroava sua participação nas Eliminatórias com seis vitórias. Logo depois, Saldanha foi sacado do comando da seleção por se negar a satisfazer um desejo do então presidente da república Emílio Garrastazu Médici, que queria ver Dario, o peito de aço, no grupo que irá para a Copa. Zagallo assumiu, e daí por diante todos sabemos o que aconteceu.

Um jogo memorável para você, amigo do esporte, ficando um pouco mais “Por dentro da história”!

Até mais

POR DENTRO DA HISTÓRIA #28 – A VOLTA PERFEITA DE SENNA

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Amigo do esporte,

“Por dentro da História” volta ao ano de 1993. Mais um domingo de Fórmula 1. Mas no tempo que a F1 parava o mundo. Para que tenham uma ideia, no dia 11 de abril de 1993 em Donington Park na Inglaterra, debaixo de uma chuva intensa tivemos o GP da Europa daquele ano.

O grid tinha nada menos que pilotos como Alain Prost, Michael Schumacher, Damon Hill (filho do lendário Graham Hill), Ricardo Patrese, Michele Alboreto, Derek Warwick, Thierry Boutsen, Andréa de Cesaris, Jean Alesi, Philippe Alliot, Mark Blundell, Gerhard Berger, Martin Brundle, então, fantásticos.

Mc Laren, Lotus, Williams, Benetton, Jordan, Tyrrell, Ferrari, Larrouse, Ligier. Verdadeiras lendas da história da fórmula 1. Sentado em meu sofá como sempre fazia aos domingos, assisti algo que mesmo vendo custei a acreditar. Na formação do grid, Ayrton Senna era o quinto colocado, pois a Mc Laren ainda buscava o acerto ideal do carro. À frente de Senna, Prost em primeiro, Damon Hill em segundo, Karl Wendlinger em terceiro e Michael Schumacher em quarto. Chuvas intensa, os carros formam os grid.

Seria uma corrida normal debaixo de chuva. Porém, estava para acontecer a volta mais perfeita e impressionante de um piloto que superava seus limites. Logo na primeira curva, uma ultrapassagem fácil sobre Schumacher. Mais alguns metros e a próxima curva. Outra ultrapassagem, agora sobre Karl Wendlinger. Um quilômetro adiante, mergulha na curva ultrapassando Damon Hill. E depois, a caça ao seu maior rival Alain Prost que parecia um principiante diante da fúria de Senna.

O brasileiro apontou na reta da primeira volta em primeiro lugar. Uma única volta foi suficiente para Senna ultrapassar quatro oponentes e assumir a ponta até o final do GP. O restante da corrida pouco interessou. Senna completou a prova em 1 hora, 50 minutos, 46 segundos. Damon Hill, segundo, chegou a 1 minutos e 23 segundos de Senna. Prost, o terceiro, chegou uma volta atrás. Um show de Senna.

Mas o que vai ficar em nossas retinas por todo o sempre, foi aquela primeira volta espetacular do bólido vermelho e branco voando na chuva sob o comando do magistral e único Ayrton Senna. Veja abaixo o vídeo da volta! Espero que você, amigo do esporte, tenha ficado um pouco mais “Por Dentro da História”!

Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #27 – PORTUGUESA x ACADÊMICA DE COIMBRA (1971)

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Amigo do esporte,

hoje quero relembrar uma época de ouro da Associação Portuguesa de Desportos. A década de 70 foi um dos grandes momentos da Lusa, chegando inclusive, ao título dividido com o Santos em 1973, graças a um erro de Armando Marques. Um pouco antes, em 1971, a Portuguesa fez uma série de amistosos em comemoração a conquista do Troféu Tri-Fita Azul, todos realizados no Pacaembu.

Tive a oportunidade de estar presente em dois deles. No primeiro, vitória da Lusa sobre o Dínamo da Bucareste (Romênia) por 1 a 0. No segundo, que é o que vamos focar, empate por 1 a 1 com a Acadêmica de Coimbra. Além de um grande jogo, em que a Lusa, com um timaço, enfrentou a Acadêmica em grande fase e chegou ao empate após sair perdendo, presenciei uma cena antes do jogo que ficou na minha memória para sempre.

A Acadêmica tinha e tem o apelido de “Capas-Pretas”, pois tem em sua origem a Universidade de Coimbra. Com o uniforme todo negro, entram em campo com as capas. Achei interessante a entrada em campo dessa maneira. Mas a maior e emocionante surpresa foi quando após a entrada em campo, todos os jogadores correram para a saída do vestiário da Portuguesa, e em um gesto de humildade e de rara beleza, estenderam suas capas que tinham o forro vermelho para que os jogadores da Lusa pisassem ao entrar em campo, além de flores distribuídas para cada jogador.

Aquela atitude foi simplesmente comovente, até por se tratar de acontecer em um campo de futebol. O placar, como já frisei, pouco importou. O empate em 1 a 1 veio com o gol de Cabinho, um grande centro-avante que depois virou ídolo no México. Mas aquela cena do jogador da Portuguesa entrando em campo, pisando nas capas e recebendo flores ficou gravada.

Foi um momento mágico que vivi pelos campos de futebol que frequentei. Fique com o gol de empate da Lusa no jogo. E espero que você, amigo do esporte, tenha ficado um pouco mais “Por dentro da história”!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #26 – 21 ANOS SEM SENNA

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Amigo do esporte,

“Por dentro da história” hoje não poderia deixar de lembrar de um dos maiores ídolos de nosso país. Ontem dia 01 de maio de 2015, relembramos com muita tristeza e saudade, de 21 anos atrás onde em Ímola, na Itália, perdíamos o inesquecível Ayrton Senna.

Num GP que ficou marcado por todo o sempre não só pela morte de Senna, mas também pela morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger no treino do dia anterior, e antes disso na sexta-feira, Rubens Barrichello batia forte e quase nos deixava também.

Após tudo o que aconteceu nos treinos, havia um movimento entre os pilotos liderado por Senna, para que não houvesse o GP. Porém, o dinheiro falou mais alto. A corrida teria que ser realizada. Equipes, patrocinadores, mídia, enfim a máquina da F1 se impôs e o GP acabou acontecendo.

A passagem de Senna na Williams não foi longa. E, pior, durando três corridas apenas, não terminou nenhuma delas. No Brasil, abandonou após rodar na curva da Junção na décima quinta volta. Em Aida, no Japão, já na primeira curva foi tocado por Mika Hakkinen e abandonou. E na terceira corrida, na terceira volta, era o fim!

No GP de San Marino, em Ímola, na curva Tamburello, Ayrton Senna da Silva deixava esse mundo para desespero de todos os fãs de fórmula 1. Comoção mundial, correntes, muito choro e reconhecimento de todo o mundo do talento indiscutível de um dos maiores, senão o maior, piloto de todos os tempos.

O Brasil já teve muitos ídolos. Mas nenhum se identificou tanto com o povo como Senna. Lembrado até hoje em todos os pontos do globo terrestre, Senna se tornou imortal. Desnecessário citar suas conquistas. O mundo sabe do que foi capaz. Para mim, foi um privilégio vê-lo correr. Lembro de muitas cenas marcantes de sua carreira.

Mais uma em especial ficou marcada em minha mente. Até pela importância! No dia da corrida fatal, antes dos carros irem para pista, a imagem de Ayrton Senna no box da Williams com as mãos no aerofólio traseiro do carro, com o olhar perdido, parecia indicar que ele já sabia o que ia acontecer.

Grande Senna! Nos deixou de forma prematura. E com ele se foi o encanto da F1. Espero que você, amigo do esporte, tenha se emocionando também e ficado um pouco mais “Por Dentro da História”. Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #25 – A LUTA DO SÉCULO – FOREMAN vs ALI

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Hoje “Por dentro da História” chega ao dia 30 de outubro de 1974 em Kinshasa, no Zaire (hoje Congo), onde foi realizada a “Luta do Século”. De um lado Muhammad Ali ou Cassius Clay, 32 anos, voltando de uma inatividade após se recusar a servir o exército americano na guerra do Vietnã, tendo feito duas lutas após sua volta sem convencer, sem mostrar a agilidade e a técnica que o caracterizavam.

Além disso, por tomar essa atitude, era idolatrado pelos negros. Porém, não tinha simpatia dos brancos americanos. Do outro lado, George Foreman, 23 anos, no auge da carreira, o mais jovem peso pesado campeão do mundo, com um cartel extraordinário de 40 vitórias, 37 delas por nocaute e que vinha de uma conquista arrasadora sobre Joe Frazier, que havia vencido Muhammad Ali.

Portanto, além de reunir os maiores lutadores de época, essa luta também tinha todo um cunho político e social. A luta foi marcada para o Zaire para fugir dos impostos nos Estados Unidos. Tudo levava a crer que Foreman não teria dificuldade em vencer o combate.

E nos primeiros assaltos, a expectativa começava a se confirmar. Foram quatro assaltos de um massacre. Ali apenas se defendia da fúria e potência de Foreman. Mas, a partir do quinto assalto o panorama mudou. Com habilidade e inteligência, Ali suportou o início da luta e começou a mostrar porque foi o maior boxeador de todos os tempos.

 Bailando como nunca com jabs fulminantes, passou a dominar a luta domando o ímpeto de um Foreman já cansado. E no oitavo assalto, aconteceu o inesperado. Três golpes fulminantes em sequência colocaram o gigante invicto na lona. Fim de luta para o delírio do público totalmente favorável a Ali.

Uma luta inesquecível para os amantes do boxe. A constatação da superioridade técnica sobre a força. Ali foi o maior. Pouco depois abandonava os ringues e hoje sofre com o mal de Parkinson. Dizem que por força dos golpes sofridos. Porém, ninguém prova.

E Foreman continuou a lutar até os 48 anos e hoje é um empresário bem sucedido, além de pastor. Quem teve oportunidade de viver esses momentos não vai esquecer jamais. E você, amigo do esporte, se viveu recordou. Se não viveu, ficou um pouco mais “Por Dentro da História”! Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #24 – ESPECIAL COPA: 2002

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Amigo do esporte,

completamos hoje, a história do penta Mundial de nossa seleção. Chegamos a Copa de 2002, que pela primeira vez teve dois países como sede: Japão e Coréia. O Brasil iniciou a competição na Coréia passando por Ulsan, Gwangju e Jeju. A partir das oitavas-de-final, atuou nas cidades de Kobe, Shinzuoka, Saitama e Yokohama, no Japão.

A “família Scolari” fazia sua estreia contra a Turquia com a seguinte formação: Marcos, Cafú, Lúcio, Roque Jr e Roberto Carlos; Edmílson, Gilberto Silva, Juninho Paulista e Rivaldo; Ronaldinho e Ronaldo. O técnico Luís Felipe Scolari contrariou todo o país e o mundo ao não convocar Romário, que na época era uma segura opção.

No primeiro jogo, vitória suada contra a Turquia por 2 a 1, com o segundo gol sendo anotado por um pênalti duvidoso. Ronaldo e Rivaldo marcaram.Na sequência, duas vitórias tranquilas: China (4 a 0) e Costa Rica (5 a 2) não assustaram. A classificação veio de forma tranquila. Partimos para o Japão e de cara, pelas oitavas-de-final, enfrentamos a Bélgica, uma equipe moderna que era sensação na Europa.

Mais uma vez, tivemos uma “mãozinha” do árbitro ao anular um gol belga quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0. Depois a dupla Ronaldo / Rivaldo se incumbiu de nos levar às quartas-de-final. Veio o jogo com a Inglaterra. Saímos perdendo, mas graças a uma atuação magistral de Ronaldinho, viramos e seguimos à semi-final.

Autor de um gol e uma passe maravilhoso para o outro de Rivaldo, Ronaldinho crescia dentro da competição. Na semifinal, encaramos novamente a Turquia em um outro jogos difícil e nervoso. Um “biquinho” de Ronaldo foi o suficiente para chegarmos a final.

Estávamos de novo em uma decisão. Só que era uma decisão diferente. Nunca Brasil e Alemanha haviam se enfrentado em Copa do Mundo. Só em 74 quando a Alemanha ainda era dividida. Além do mais, o Brasil entrava pressionado após o fiasco de 1998. Em Yokohama, mais de 69.000 espectadores acompanharam um grande jogo. O Brasil de Marcos, Cafú, Lúcio, Roque Jr e Roberto Carlos; Edmilson, Kleberson, Gilberto Silva e Rivaldo; Ronaldinho e Ronaldo.

Do time da estreia, apenas uma mudança. A entrada de Kleberson ainda na fase inicial no lugar de Juninho Paulista.A Alemanha tinha Oliver Kahn, Metzelder, Schneider, Klose e Neuville entre outros. Jogo difícil, parelho no primeiro tempo. Lances agudos de ambos os lados. Marcos fazendo grandes defesas.

Kahn justificando a escolha de melhor jogador da Copa. Foi? Claro que não! Ronaldo foi o artilheiro e melhor jogador do Brasil. Rivaldo “gastava a bola”, tendo liberdade para criar. E foi dele o chute que Kahn soltou para Ronaldo abrir o placar. Falha de Kahn e oportunismo de Ronaldo. Com 1 a 0 o Brasil passou a sair para o conta-ataque sempre com perigo.

E o segundo gol não demorou. Kleberson avança pela direita e lança Rivaldo, que deixa a bola passar para Ronaldo que fuzila: 2 a 0. Corta-luz fantástico de Rivaldo coroando sua grande atuação na Copa. O Brasil era campeão mais uma vez. De novo, muita festa, alegria e a falsa ilusão que reinaríamos por muito tempo.

Alí paramos no tempo e agora estamos muito atrás. Tomara que os bons tempos voltem. O hexa está difícil. Fechamos assim, o ciclo do penta e espero que você, amigo do esporte, tenha ficado um pouco mais “Por dentro da história”! Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #23 – ESPECIAL COPA: 1994

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Amigo do esporte,

chegamos a conquista do tetra campeonato na Copa de 94 nos Estados Unidos. O Brasil chegou desacreditado mais uma vez, após uma classificação difícil nas Eliminatórias quando Romário brilhou no último jogo contra o Uruguai, e nos levou aos Estados unidos. E não só nos levou, como foi determinante para essa conquista. A estréia contra a Rússia (2X0), teve a seguinte escalação: Taffarel, Jorginho, Márcio Santos, Ricardo Rocha e Leonardo; Dunga, Mauro Silva, Zinho e Raí; Romário e Bebeto.

O time que jogou e ganhou a final alinhou com Taffarel, Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco; Mazinho, Dunga, Mauro Silva e Zinho; Romário e Bebeto. Poucas alterações. O Brasil sob o comando da dupla Parreira – Zagallo, era tido como uma equipe de futebol pragmático, solidário, que privilegiava a defesa.

Embora nosso ataque fosse altamente eficiente. E não foi diferente no decorrer dos jogos. Perambulando por San Francisco, Detroit , Dallas e Los angeles, nossa seleção em sete jogos tomou apenas três gols. Após a estréia contra a Rússia com 2X0, passamos sem sustos por Camarões (3X0) e empatamos com a Suécia (1X1). Nesse jogo, saímos atrás e só não viramos e ganhamos bem, graças a atuação do goleiro Ravelli.

Depois, em pleno 4 de julho, dia da Independência dos Estados Unidos, vencemos os anfitriões com um gol de Bebeto num jogo em que Leonardo perdeu a cabeça e foi expulso após uma cotovelada em Tab Ramos. Chegamos às quartas-de-final e vencemos a Holanda por 3 X 2 no jogo mais emocionante. Vencíamos por 2 X 0 mas permitimos o empate.

Graças a uma cobrança magistral de falta de Branco, passamos a semi-final. O adversário, mais uma vez, era Ravelli e o time da Suécia. O goleiro falastrão e fanfarrão, cansou de provocar nossa seleção, até que Romário de cabeça nos colocou na final. Como na conquista do tri, enfrentaríamos a Itália. O jogo terminou 0 X 0, apesar do Brasil ter criado as melhores oportunidades.

Pela primeira vez, uma Copa seria decidida nas penalidades. A Itália bate primeiro com Baresi. Fora! Festa. Márcio Santos bate para o Brasil. Fora! Tristeza. Albertini marca para a Itália. Medo! Romário bate o segundo para o Brasil e … gol depois de bater na trave! Alívio! Evani marca para a Itália. Tensão! Branco marca para o Brasil. Alegria! Massaro bate para a Itália. Taffarel, o paredão, defende! Festa novamente! Dunga bate para o Brasil e faz 3 X 2. Esperança! Baggio vai para sua cobrança. Decisiva! Corre e bate. A bola “soprada” por todos os brasileiros passa longe do gol. E o Brasil é tetra!

Talvez pela tensão da disputa, ou pelo fato da seleção não ter jogado um futebol que encantasse, não houve a comemoração das outras conquistas. Claro que houve festa. Mas a sensação foi mais de alívio do que de alegria. De qualquer maneira, com 3 x 2 nos pênaltis seguíamos firmes rumo ao penta!

Mais uma conquista para você, amigo do esporte, ficar um pouco mais “Por Dentro da História”! Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #22 – ESPECIAL COPA: 1970

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Amigo do esporte,

dando prosseguimento a “saga” do penta campeonato mundial de nossa seleção, o “Por dentro da História” de hoje fala da final da Copa de 70 entre Brasil e Itália. Para a grande maioria de nossa população, esse foi a maior seleção que se fez no país.

Particularmente, embora reconheça que do meio campo para frente foi antológica, ainda fico como um todo, com a seleção de 82. Mas, como a de 70 levantou o mundial, a credencia a se tornar a melhor de todos os tempos. O Brasil chegou à Copa de 70 até certo ponto desacreditado.

Após uma grande eliminatória sob o comando de João Saldanha, inexplicavelmente para a Copa quem assumiu o comando do time foi Zagallo. O Brasil vivia o auge da ditadura militar, e dizem que o então presidente Emílio Garrastazu Médice teria obrigado João Saldanha a convocar o “peito de aço” Dario. Saldanha teria dito ao presidente que não dava palpites no seu ministério. Portanto, não admitia palpites na sua seleção.

Terminava aí o ciclo das “Feras do Saldanha”, dando lugar aos “Canarinhos de Zagallo”! O Brasil fez um único jogo com o time que estreou na Copa! Até o último amistoso, Rivellino não era titular. Ganhou a posição no último amistoso por influência do povo, que contra a teimosia de Zagallo em escalar Paulo César Caju, protagonizou uma das maiores vaias já ouvidas no mundo.

Na estreia, mais uma surpresa. Alegando mal estar, Marco Antônio, bom lateral do Fluminense cedeu seu lugar a Everaldo, do Grêmio. Assim, o Brasil entrou em campo contra a Tchecoslováquia com Félix, Carlos Alberto, Brito, Piaza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. E goleou por 4 a 1. A seguir, 1 a 0 na Inglaterra e 3 a 2 na Romênia (com alguns reservas) e a classificação às quartas-de-final veio com tranquilidade.

Nas quartas-de-final, 4 a 2 no Peru de Didi, então técnico adversário, logo ele que havia conquistado o bi-campeonato com a camisa canarinho. Veio a semi-final, e com ela um fantasma de 20 anos ressurgia. Tínhamos o Uruguai pela frente, o mesmo Uruguai que nos tirou da Copa em casa em 50. Começamos perdendo, mas em uma grande partida viramos para 3 a 1 e chegamos a final contra a Itália.

Essa final foi marcada pelo futebol que encantou o povo mexicano e o mundo todo. A Itália tinha grandes jogadores: Fachetti, Desisti, Rivera, “Gigi” Riva, enfim; um timaço. Mas tínhamos a nosso favor uma campanha irretocável de cinco vitórias. E nos cinco jogos, Jairzinho fez gol. Começo de jogo nervoso, muito choque, até que o Brasil se achou no gramado do Estádio Azteca (até então, só havia jogado no Estádio Jalisco, em Guadalajara).

A partir daí, tomamos conta do jogo e abrimos o placar com Pelé de cabeça, após cruzamento de Rivellino. Uma bobeada de Clodoaldo e a Itália chegou ao empate com Riva. Por alguns minutos, o Brasil se perdeu em campo mas conseguiu manter o empate até o fim do primeiro tempo.

Veio o segundo tempo, e o Brasil voltou disposto a conquistar o tri. Gérson começou a brilhar com seus lançamentos e seu comando. E foi dele o segundo gol com em um tiro seco da meia lua. Com 2 a 1 contra, a Itália se lançou ao ataque na busca do empate.

Com isso, abriu espaço para os contra-ataques em velocidade e para os lançamentos do inspirado Gérson. E foi dele, em uma saída rápida, para o ataque, o lançamento para Pelé que de cabeça serviu Jairzinho, que mesmo errando o chute, marcou o terceiro gol do Brasil e, consequentemente manteve a fama de marcar em todos os jogos. Com 3 a 1, o Brasil passou a dar espetáculo.

A bola corria de pé em pé com os italianos boquiabertos, e com um estádio em delírio. Mas, faltava a cereja do bolo. Afinal, com um futebol tão bonito, faltava a goleada. E ela veio com um gol antológico do nosso capitão Carlos Alberto. A jogada começou com Clodoaldo entortando três italianos e tocando para Rivellino que deu um lançamento para Jairzinho, que entrou da esquerda para o meio em diagonal.

Marcado, tocou para Pelé, que sem olhar, rolou na direita para Carlos Alberto que vinha na corrida e encheu o pé. 4 a 1, fim de papo. O Brasil parou para comemorar o tri. Mias uma vez, balões, rojões, desfile de carros, comemorações de norte a sul. E o mundo reverenciava o verdadeiro e incontestável “melhor futebol do mundo”.

Espero que você, amigo do esporte, tenha ficado um pouco mais “Por dentro da História”! Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #21 – ESPECIAL COPA: 1962

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Amigo do esporte,

Dando sequência a série de finais de Copas do Mundo em que o Brasil ganhou o título, falaremos hoje da final de 1962, Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia. Essa Copa ficou marcada por ter sido conquistada sem Pelé, pois o Rei atuou apenas no primeiro jogo contra o México, no qual fez seu único gol na competição na vitória por 2 x 0.

Depois se contundiu no segundo jogo diante da Tchecoslováquia no empate em 0 x 0, cedendo seu lugar para Amarildo, que viria a ser o herói do jogo contra a Espanha marcando os dois gols na vitória por 2 x 1. O Brasil passaria às quartas de final contra a Inglaterra, vencendo por 3 x 1 e na semi final venceria os donos da casa, o Chile, por 4 x 2, com atuações memoráveis de Garrincha nas duas partidas.

Chegávamos à final contra a Tchecoslováquia, com quem havíamos empatado na primeira fase. O Brasil
começou perdendo o jogo num bonito gol de Masopust aos 15 minutos do primeiro tempo. Porém, dois minutos depois, Amarildo deixaria tudo igual. O Brasil precisa reagir rápido, pois a equipe tcheca tinha qualidade e jogadores experientes.

Por isso, o gol de empate foi muito comemorado. Nos colocava no jogo novamente. Acaba o primeiro tempo e o Brasil não consegue impor seu jogo, pois a Tchecoslováquia tem um futebol bonito e de muita qualidade técnica. Vem o segundo tempo e as esperanças se renovam. A Seleção com um time envelhecido, pois a grande maioria havia sido campeã em 1958, seria posta a prova. Será que o fôlego suportaria o ritmo forte do jogo?

O Brasil começou pressionando, bem posicionado e sem permitir muita coisa aos tchecos. Perdeu duas ótimas oportunidades mas aos 24 minutos, numa jogada onde houve participação de todo o ataque brasileiro, Zito escora um cruzamento de cabeça para fazer 2 x 1. O gol obriga a equipe tcheca a se lançar ao ataque na busca do empate. O Brasil é melhor agora com a vantagem. Time muito consciente fazendo uso da experiência de seus jogadores.

Controla o jogo e cria situações. Até que aos 33 minutos, Djalma Santos cobra uma falta para a área. O goleiro Schroif, até então uma verdadeira muralha, solta a bola no pé de Vavá que completa para o gol. 3 x 1! Jogo liquidado. Daí por diante, foi só fazer o tempo passar e comemorar o bi-campeonato. O Brasil parou mais uma vez! Fogos, balões, buzinas, camisas, bandeiras, euforia, choro de alegria…

Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo (Pelé) e Zagallo, os heróis da conquista de um tempo em que nosso futebol era, de fato, o melhor do mundo. O orgulho de ser brasileiro permanece, mas infelizmente, nossa seleção está cada vez mais distante do povo.

É isso, amigo do esporte! Tenho certeza de que você gostou de ficar um pouco mais “Por Dentro da História”! Até mais!

POR DENTRO DA HISTÓRIA #20 – ESPECIAL COPA: 1958

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Amigo do esporte,

a partir de hoje, o “Por dentro da História” vai relembrar toda as finais de copa do mundo em que o Brasil conquistou o título. Serão cinco emocionantes narrativas num tempo em que o mundo reverenciava nosso futebol. A primeira conquista do Brasil foi em 1958 na Suécia. Vicente Feola era o técnico e o “Marechal da Vitória” Paulo Machado de Carvalho era o diretor da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), hoje CBF.

O Brasil chegava desacreditado mais uma vez, pois perdera em casa a copa de 50, e em 54 teve uma participação regular. Uma seleção renovada, que trazia um garoto que fora convocado para ganhar experiência para outras copas. Esse garoto viria a ser mais tarde, o atleta do século, o Rei do Futebol, o maior jogador de todos os tempos. O Brasil saiu daqui escalado com Joel, Dida e Mazzolla fazendo companhia a Zagallo no ataque da seleção.

Porém, quis o destino que se abrisse uma oportunidade para o menino e para um anjo de pernas tortas. Pelé e Garrincha entraram no time e, acreditem, encerraram suas carreiras na seleção de forma invicta. Nunca perdemos com os dois em campo. Dino deu lugar a Zito, De Sordi saiu para a entrada de Djalma Santos e Mazzolla cedeu lugar para Vavá.

Algumas dessas alterações foram realizadas durante a competição. E o Brasil foi destruindo seus adversários. 3 a 0 na Áustria, 0 a 0 contra a Inglaterra (jogo duríssimo), 2 a 0 na União Soviética (aqui cabe a observação de que os russos “estudaram” os brasileiros no computador, e garantiram que ganhariam do Brasil), 1 a 0 no País de Gales, 5 a 2 na França (tida como a melhor equipe do mundo, com um ataque arrasador: Koppa, Piantoni e Just Fontaine).

E chegou o dia da final. Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo tinha a incumbência de acabar com o estigma de apenas participar de Copas do Mundo. Contra a anfitriã, o Brasil já estava sendo visto como uma grande seleção. Mesmo tomando um gol aos 3 minutos, o Brasil não se abalou e com um gol aos 9 minutos e outro aos 32, ambos de Vavá, virou o jogo com autoridade.

No segundo tempo, começou a festa. Pelé aos 10 minutos, Zagallo aos 23 e Pelé novamente aos 45 minutos (lembrando que a Suécia diminuiu para 4 a 2 aos 35 minutos) dera a vitória e o tão sonhado título de Campeão do Mundo ao Brasil. Acredite, amigo do esporte, tinha quatro ano e me lembro da festa no bar da esquina onde eu morava, meu pai com os amigos, o céu repleto de balões e, a cada gol do Brasil, me escondia debaixo da mesa da cozinha de casa com meu cachorro Pingue com medo dos rojões.

Que tempo maravilhoso! O Brasil conquistava pela primeira vez o título mundial. E passava a ser respeitado pelo mundo. Muita festa nas ruas, o Brasil parava para ver os jogos. Musicas alusivas a conquista em um tempo em que o povo se identificava e amava nossa seleção. Os 5 a 2 na Suécia na final, com certeza, é um dos jogos inesquecíveis do Brasil.

Assim, está escrita mais uma página de “Por Dentro da História”! Até mais!